O Brasil exportou US$ 47,3 bilhões para a China entre janeiro e agosto de 2020 – no mesmo período, a importação oriunda do país asiático foi de US$ 21,7 bilhões. Números que fazem da China o principal parceiro comercial do Brasil. Historicamente, o Brasil exporta produtos agrícolas e importa peças para fazer a montagem em fábricas brasileiras ou produtos manufaturados diversos.
O aproveitamento da produção de excelência chinesa é uma maneira encontrada há décadas por empresas brasileiras para oferecer produtos com altíssimos índices de qualidade e preços competitivos.
Por muitos anos, a importação de matérias-primas e produtos da China foi interpretada como sinônimo de produtos baratos e sem qualidade. Mas esta não é a realidade atual. As principais empresas do globo, incluindo marcas com produtos para o mercado mais luxuoso, como a Apple, se utilizam de fábricas chinesas devido aos custos produtivos e da mão de obra do país, que tornam o processo mais barato do que em outros locais.
Líder do mercado de motopeças na América Latina, a paranaense Laquila atua há mais de três décadas em parceria com fábricas chinesas. Inicialmente, alguns produtos da empresa sofriam com certa desconfiança e preconceito do mercado, mas procedimentos de ponta estabeleceram processos de controle de qualidade em prol da segurança dos produtos desenvolvidos e vendidos pelas suas 25 marcas próprias, entre elas GP7, KMP e WW3, e 16 representações.
“Antigamente, achava-se que a qualidade ruim era da China, enquanto a boa vinha de Taiwan. Toda a tecnologia boa de Taiwan está na China agora. Temos fornecedores que eram de Taiwan e migraram para a China, porque o ambiente econômico é mais barato”, comenta a gerente de Suporte Comercial da Laquila, Iael Trosman.
“Trata-se de um movimento que está acontecendo há 30 anos, visando ganhar uma vantagem competitiva dentro do mercado. E, no fim das contas, acaba sendo bom para todo mundo”, complementa.
Para Iael, a expertise no mercado somada ao conhecimento de parceiros do país oriental (tanto as próprias fábricas quanto empresas que fazem o acompanhamento dos processos) garantem a qualidade total dos produtos importados.
“Pela nossa experiência, os contratos com esses fornecedores são bem amarrados, garantindo que a entrega seja dentro dos parâmetros de qualidade que estabelecemos, pensando sempre na segurança e confiabilidade dos produtos”, afirma. Iael relata que a empresa realiza vistorias anuais e visitas sem agendamento prévio para fazer a verificação e seleção das fábricas parceiras.
“Nos encontros, acompanhamos o processo fabril como um todo, o que diz muito sobre os produtos de cada fornecedor. É possível encontrar diversos níveis de qualidade na China, por isso precisamos conhecer bem as fábricas do local e seu controle de qualidade interno para escolher os parceiros adequados e garantir os parâmetros exigidos”, completa Iael.
(*) Com informações da Laquila
Fonte: Comex do Brasil