A China não perde tempo e abre na Organização Mundial do Comércio (OMC) a primeira disputa comercial contra Estados Unidos e Europa. Pequim se queixa de que americanos e europeus não reconheceram o país como uma economia de mercado. A iniciativa manda um recado duro a todos os demais países que pretendam manter barreiras contra os produtos importados chineses. O processo na OMC foi aberto menos de 24 horas depois do fim do prazo estipulado há 15 anos para o reconhecimento do novo status da China. O caso deve aprofundar ainda mais a tensão com o presidente dos EUA, Donald Trump. O republicano, durante sua campanha, prometeu proteger os trabalhadores americanos contra os produtos chineses.
O Brasil tampouco reconheceu explicitamente a China nessa condição. Mas a indústria nacional foi orientada a se antecipar e acelerou nos últimos meses processos contra produtos importados chineses, adotando taxas de proteção antes do prazo estipulado pelo acordo na OMC. Na avaliação da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 66 mil postos de trabalho poderiam desaparecer no Brasil em apenas um ano se a China fosse reconhecida como economia de mercado. As informações estão na edição de hoje do jornal O Estado de S.Paulo.