“Em um cenário de queda na demanda doméstica, o aumento das exportações é uma saída para as empresas. É preciso mobilizar todos os instrumentos que facilitem esse processo, do combate à burocracia à eliminação do viés anti exportação das políticas domésticas. As empresas precisam de um ambiente mais favorável e que priorize uma atividade com tamanho potencial de gerar empregos”, afirma o diretor de Políticas e Estratégia da CNI, José Augusto Fernandes.
A CNI ouviu 2.344 empresas de 28 setores da indústria de transformação e de quatro da indústria extrativa entre os dias 1º e 13 de julho. Do total, 28% exportaram nos últimos 12 meses. Outros 48% não exportaram e 23% não quiseram ou não souberam responder. Do total, 35% tomaram alguma medida para aumentar as exportações ou começar a exportar. O percentual sobe para 83% entre as empresas já exportadoras. A principal ação das empresas brasileiras para iniciar ou aumentar as exportações foi a busca de novos mercados, segundo 53% dos entrevistados.
“Temos uma grande necessidade de buscar novos mercados para este momento tão critico da economia que a indústria esta passando. A CNI trabalha ativamente em duas frentes: desenvolve programas de apoio à internacionalização de empresas e, ao mesmo tempo, defende a negociação de acordos comerciais que irão nos permitir acessar mercados, buscar novas tecnologias e criar empregos no Brasil”, afirma o diretor de Desenvolvimento Industrial da CNI, Carlos Abijaodi.
Os setores que possuem maior volume de empresas exportadoras dispostas a elevar a exportação são máquinas e equipamentos (83% do total de empresas do setor que foram entrevistadas), têxtil (74%) e minerais não metálicos (73%). Os que menos estão dispostos são papel e celulose (34%) e extração de minerais não metálicos (38%).
COMEÇAR A VENDER PARA O MERCADO EXTERNO – Das que não exportaram – 48% do total – 13% pretendem passar a exportar e outras 14% realizaram ações de promoção com esse objetivo. As empresas mais dispostas a começar a exportar estão nos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (37% das empresas) e de máquinas e equipamentos (36% das empresas). Mas enfrentam dificuldades. De acordo com 34% de todas as indústrias que querem começar a vender para o mercado externo, a burocracia é a principal delas. Em seguida, apontam o sistema tributário (24%) e a adequação do produto ao processo produtivo para atender a demanda dos compradores (20%).
CONCORRÊNCIA – Das empresas entrevistadas, 40% disseram enfrentar a concorrência com produtos importados de forma direta. O volume aumenta de acordo com o porte da empresa, passando de 27% das pequenas para 55% das grandes. Os setores mais sujeitos à concorrência são informática, eletrônicos e ópticos – 84% das empresas desses setores disseram concorrer com similares importados. Em seguida aparecem têxtil (69%), produtos diversos (67%) e metalurgia (64%).
REDUÇÃO DO CONSUMO DE INSUMOS IMPORTADOS – A desvalorização da moeda está estimulando as empresas a substituírem a utilização de insumos importados por similares nacionais. O número de empresas que usam matéria-prima ou insumos importados caiu de 50% para 39% desde 2009. E das empresas que utilizam, 23% pretendem reduzir o uso nos próximos 12 meses. Nos setores de máquinas, aparelhos e materiais elétricos e de automóveis o percentual dos que pretendem reduzir é maior do que nos outros setores – 37% e 35%, respectivamente.
Por Mariana Flores
Infografia: CNI
Fonte: Agência CNI de Notícias